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Dias da semana

Deves saber

Para falarmos dos dias da semana

O GÉNERO

Os dias úteis da semana são femininos em português

A segunda-feira, a terça-feira...

O sábado, o domingo.

SUPRESSÃO 

É habitual suprimir a segunda parte do composto

Na quinta vou ao teatro.

ACONTECEMENTOS HABITUAIS

Usa-se a preposição A

Para falarmos de um facto habitual: Às segundas temos aulas de Matemática.

ACONTECEMENTO PONTUAL

Usa-se a preposição EM

Para exprimir um facto pontual: Na sexta vamos ao cinema.

Para falarmos das partes do dia

DE MANHÃ

Eu trabalho sempre de manhã.

À TARDE / DE TARDE

À tarde vou à piscina.

À NOITE / DE NOITE

Chego a casa à noite.

AO MEIO-DIA, À MEIA-NOITE

Ao meio-dia temos um intervalo para o almoço.

O prazo de entrega termina à meia-noite.

NA HORA DE...

Na hora do almoço sempre estou em casa.

Escreva os dias da semana

Comprove o horário da turma do 7º ano e escreva por extenso o dias da semana. 

Que dias há Matemática?     ,    ,     e    .

Quando são as aulas de Geografia?   e   .

Em que dias são as aulas de Físico-química?  e .

Quando há dous tempos de Inglês?

Quando é que os alunos e alunas têm História? ,  e

Que dia há dous tempos de Educação Física?

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Habitual ou pontual?

Escolha se as frases descrevem acontecimentos habituais (muitas vezes) ou acontecimentos pontuais (só uma vez).

Na sexta-feira facemos uma festa em casa.

O que fazes no sábado à noite?

Vou ao ginásio à 2.ª feira e à 4.ª feira.

Ao domingo, levanto-me tarde.

Na quinta-feira vou a Roma.

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"Chuva na areia"

Que dia da semana é que falta no poema “Chuva na areia” de António Gedeão?


Terça-feira,

quarta-feira,

quinta,

sexta,

tanto faz.

Ou desta ou doutra maneira,

domingo ou segunda-feira,

nenhuma esperança me traz.

Que eu nem sei bem pelo que espero.

Se aprender o que não sei,

se esquecer o que aprendi,

se impor meu sou e meu quero,

se, num ti que eu inventei,

nenúfares boiar em ti.

Que esta coisa que se espera

é no dobrar de uma esquina.

Um clarão que dilacera,

a explosão de uma cratera,

vida, ou morte, repentina.

Poesias completas (1956 - 1967)

Portugalia Editora, 1975

Compreensão da leitura

Por que razão não chamamos «primeira-feira» ao domingo?

Uma pergunta do meu filho levou-me numa viagem pelos dias da semana — até chegar ao século VI…


O desconcerto do mundo

Um dia destes, enquanto se despachava para ir para a escola, o Simão perguntou:


— Hoje é sexta-feira?


— Sim, é!


Calou-se, a pensar.


— Sabem uma coisa que eu não percebo sobre o mundo?


A minha mulher e eu olhámos um para o outro, com algum medo.


— Diz lá…


— Se há segunda-feira, porque é que não há primeira-feira?


Sorrimos e lá lhe dissemos que tinha de se despachar — e que, no fundo, a primeira-feira era o domingo! Ele não ficou muito convencido. O domingo é o domingo, ponto final. Mas, enfim, o relógio avançava e a escola estava à espera.


Fiquei a pensar na pergunta dele. Há, de facto, uma história por trás dos nomes dos dias úteis — e tem algumas surpresas.


Mas, antes disso, proponho uma viagem rápida pelas semanas deste mundo.


Volta ao mundo pelos dias da semana

Aqui ao lado, em castelhano, o nome da segunda-feira, longe dos nossos números, olha para a lua: «lunes».


Já em catalão, o nome é «dilluns» (...)


Saltamos para França e esse «di» salta para o fim, menos ao domingo: «lundi, mardi, ...


Enfim, podíamos continuar pela Europa fora… Os alemães chamam «meio da semana» à quarta-feira: «Mittwoch» (...)


Quem inventou estas feiras todas?

Chegou a altura de viajar no tempo e perceber de onde vêm as nossas feiras…


Se as outras línguas das redondezas mantêm a tradição romana de dar nomes de deuses aos dias, neste recanto da península alguém se lembrou de lhes dar outros nomes. O culpado foi São Martinho de Dume, bispo de Braga que, no século VI, quis dar nomes menos pagãos aos dias da Semana Santa. Pelo menos nessa semana! — diria o bispo.


Ora, a Semana Santa era toda de descanso e oração — uma semana feita só de feriados…


O primeiro feriado era mesmo o Domingo de Ramos, que já tinha nome bem cristão («Dia do Senhor») — e assim ficou.


Pois bem, os dias seguintes ganharam novos nomes: segundo feriado («secunda feria»), terceiro feriado («tertia feria»), quarto feriado («quarta feria») — e por aí fora…


Com o tempo, esses nomes passaram a usar-se para designar os dias de todas as semanas do ano.


Note-se que São Martinho de Dume era um bispo de Braga, cidade do Reino dos Suevos, a antiga Galécia romana. Assim, os nomes com «feira» tornaram-se típicos da língua dessa zona, língua que se continuou a falar pelos séculos fora até chegar ao português e ao galego dos dias de hoje.


Ainda encontramos quem use os nomes com «feira» na Galiza — e há até uma campanha para recuperar os nomes tradicionais. Depois, numa reviravolta que responde ao meu filho, há quem tenha encontrado o termo «primeira-feira» como referência ao domingo — nalgumas aldeias da Galiza!


Enfim, há de facto coisas espantosas neste mundo, como diria o Simão. Os nossos dias de trabalho são precisamente os dias com «feriado» no nome… — As voltas que as línguas dão!


Resta-me desejar a quem me lê um bom resto de primeira-feira…


Adaptado do Post de Marco Neves no blog Certas Palavras: "Por que razão não chamamos «primeira-feira» ao domingo?"

1. Que dia da semana está a escrever o artigo Marco Neves?

2. Por que razão a denominação romana dos dias da semana se viu alterada em Portugal?

3. Que semelhanças há entre o português e o galego nos dias da semana?